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Valor Econômico | Nova economia vai depender da participação de setores tradicionais, diz ex-presidente da Colômbia

Crédito: Divulgação

Iván Duque Márquez disse que as nações “não podem acabar” com suas principais fontes de receita, tendo em vista que a transição para uma economia de baixo carbono exige muitos recursos

Uma nova economia norteada por práticas sustentáveis não será possível sem a participação de setores empresariais determinantes para o desenvolvimento do Brasil, como os de mineração e combustíveis, afirmou nesta sexta-feira (1o) o ex- presidente da Colômbia Iván Duque Márquez, em palestra na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que terminou hoje em Belém.

Márquez frisou ainda que, se a Amazônia não for protegida, não será possível atingir as metas globais de reduzir em 45% as emissões até 2030 e de chegar à neutralidade de carbono em 2050, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

“Os países não podem acabar com suas principais fontes de receita. Eles precisam contar com essas fontes porque a transição [para uma economia de baixo carbono] é cara”, argumentou o ex-presidente, que governou a Colômbia entre 2018 e 2022. “As mudanças que seriam necessárias no caso do Brasil, apenas no caso do Brasil, para poder desenvolver uma nova economia para a Amazônia que parta da base de uma contenção efetiva da crise climática e para zerar o desmatamento podem superar [o patamar] de 1,5% do Produto Interno Bruto por ano durante as próximas duas décadas”, acrescentou.

Em sua participação no evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração, o ex-presidente colombiano reconheceu que a grande maioria dos países em desenvolvimento têm endividamento alto e muito pouco espaço fiscal para investir em políticas de sustentabilidade.

“É preciso ser inovador, criativo, com planejamento”, disse Márquez, sugerindo a criação de veículos de investimento de propósito especial para financiar o combate à mudança climática. Com o aval de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o uso desses recursos seguiria regras rígidas e contabilizado “abaixo da linha do déficit fiscal”, sugeriu ele.

Márquez defendeu ainda, como mecanismo para viabilizar financiamentos a projetos na Amazônia, a criação de fundos garantidores que permitam aos governos locais emitir bônus e outros papéis com esta finalidade. A proteção da Amazônia, ressaltou o ex-presidente, depende também da redução das desigualdades sociais e econômicas nas comunidades que habitam a região, evitando o que ele classificou como um “dilema absurdo” entre “destruição ou preservação.”

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/09/01/nova-economia-vai-depender-da-participao-de-setores-tradicionais-diz-ex-presidente-da-colmbia.ghtml

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