Empresas apresentam soluções concretas e inovadoras para o futuro sustentável da Amazônia

O painel “Construindo soluções concretas para os desafios da mineração”, da 3ª edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economia, reuniu na tarde desta sexta, 31, em Salvador, representantes de grandes empresas do setor e especialistas para debater caminhos sustentáveis, socialmente responsáveis e economicamente viáveis para o futuro da mineração.

Mediado por Gonzalo Enríquez, professor titular de economia e integrante do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede BIONORTE (UFPA), o encontro contou com a participação de Bruno Farah, gerente Geral da Vale, Fábio Abdala, gerente de Sustentabilidade da Alcoa, Fernanda Guabiroba,  gerente de Fechamento de Mina e Minas Paralisadas da AngloGold Ashanti Brasil e Jéssica Naime, gerente geral de Relacionamento e Responsabilidade Social Corporativa  da MRN, que compartilharam experiências e práticas inovadoras voltadas à transformação do setor mineral e à preservação da Amazônia.

A gerente da MRN, Jéssica Naime, destacou a importância da governança como elemento central na construção de soluções efetivas e inovadoras, reforçando que o diálogo aberto com o poder público e as comunidades locais é essencial para o avanço sustentável da mineração. Ela ressaltou a necessidade de alinhar a extração mineral às agendas geopolíticas e ambientais, priorizando práticas responsáveis e transparentes, em um momento em que a Amazônia ganha projeção global, especialmente com a aproximação da COP30,

Bruno Farah, da Vale, apresentou iniciativas voltadas à mineração circular e ao programa de descarbonização, que busca reduzir drasticamente as emissões de carbono da empresa. Segundo ele, o futuro do setor depende da escuta ativa das comunidades. “O segredo de um bom fechamento de mina é ouvir as pessoas e entender as necessidades reais do território”, afirmou.

Representando a Alcoa, Fábio Abdala reforçou que a transformação do setor mineral passa, necessariamente, pelo engajamento com questões de gênero, raça e inclusão social. Ele destacou o compromisso da empresa com uma cultura de não discriminação, além de acordos e práticas voltadas à proteção dos direitos humanos nas comunidades onde atua. “Sozinhos, não vamos conseguir. A governança nos territórios é a chave”, disse. Na mesma linha, Fernanda Guabiroba, da AngloGold Ashanti, enfatizou a importância de modelos de negócios sustentáveis e colaborativos, capazes de atrair parceiros estratégicos e gerar valor compartilhado.

Encerrando o debate, o moderador Gonzalo Enríquez chamou atenção para o paradoxo da região amazônica: apesar de sua riqueza mineral e natural, ainda convive com profundos índices de pobreza. Para ele, o grande desafio é construir uma economia em que a floresta em pé valha mais do que a floresta derrubada. “Estamos consumindo mais do que podemos repor. Precisamos incorporar a biodiversidade como um recurso de valor agregado, com base em políticas de bioeconomia, inovação e tecnologia”, afirmou.

As experiências apresentadas mostraram que é possível conciliar desenvolvimento econômico e preservação da biodiversidade e que o diálogo entre empresas, governos e comunidades é o caminho para uma mineração verdadeiramente sustentável.

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A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias conta com o patrocínio na categoria Master da BHP, Hydro e Vale; na categoria Cota 2, da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e do Governo da Bahia; na categoria cota 3, Itaú, e na Cota 4, Alcoa. Também recebe o apoio da Concertação pela Amazônia, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e Instituto Arapyaú. A Rede Bahia é a media partner da Conferência.