Representantes de institutos debatem caminhos para integrar novas economias e sustentabilidade
O painel “Novas Economias e o Futuro que Queremos”, realizado na tarde desta sexta-feira (31/10), durante a 3ª edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, no Centro de Convenções Salvador, reuniu lideranças de diversos institutos e setores para discutir como as novas formas de produzir, consumir e investir podem coexistir com as economias tradicionais.
O debate propôs refletir sobre o papel do Brasil nesse cenário de transição e os caminhos para que inovação, sustentabilidade e colaboração se tornem pilares de uma economia mais equilibrada. Moderador do encontro, o head de Sustentabilidade da Itaúsa e diretor-executivo do Instituto Itaúsa, Marcelo Furtado, destacou que o país vive um momento estratégico para impulsionar a agenda das novas economias, em especial com a presidência brasileira no G20 e a realização da COP30, em Belém (PA).
“O desafio não é revisitar o que deu errado no passado, mas construir a partir do que podemos fazer agora, com metas, transparência e senso de urgência”, afirmou. Furtado defendeu que o debate sobre o futuro econômico do país deve priorizar soluções viáveis, adaptadas à realidade brasileira e que considerem a transição justa como eixo central.
Novo modelo
Para o diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, o avanço das novas economias exige uma mudança profunda nas estruturas de poder e nas relações entre empresas, governos e sociedade civil. Ele defendeu que a lógica econômica atual, baseada no extrativismo e na desigualdade, precisa ser substituída por um modelo de regeneração, inclusão e responsabilidade compartilhada. “Não há futuro sustentável sem equidade social e sem o reconhecimento de que a economia deve servir às pessoas, e não o contrário”, observou.
Magri destacou também que o Brasil pode ser protagonista global na agenda das novas economias se investir em políticas públicas que integrem ética, inovação e sustentabilidade. “As novas economias devem ser vistas como uma oportunidade de reconstruir a confiança entre o Estado, as empresas e a sociedade, promovendo desenvolvimento com justiça e propósito”.
Cooperação e financiamento
A diretora de Operações da Green Bridge Facility pelo Instituto Igarapé, Carolina Graça, enfatizou a importância da cooperação internacional e do financiamento climático para viabilizar a transição econômica em países emergentes. Segundo ela, é necessário desenvolver instrumentos financeiros inovadores, como fundos de impacto e mecanismos de blended finance, capazes de atrair investimentos de longo prazo para projetos socioambientais. “Conectar capital e impacto é imprescindível para transformar intenções em resultados reais”, defendeu.
Graça defendeu o fortalecimento das pontes entre o setor financeiro e os territórios que concentram soluções sustentáveis, como as regiões amazônicas. “O futuro que queremos depende da capacidade de criar ecossistemas financeiros mais acessíveis e inclusivos, que considerem o território como protagonista e não apenas como beneficiário”.
Ética e inovação
O Co-CEO do Instituto Climate Ventures, Ricardo Gravina, ressaltou que a ética e a inovação devem ser os fundamentos das novas economias. Ele apontou que o desafio, além de tecnológico, é também cultural, exigindo que empresas e investidores redefinam o conceito de valor. “É hora de compreender que o lucro, por si só, não garante futuro. Precisamos associá-lo ao impacto positivo e à coerência entre discurso e prática”, defendeu.
Gravina observou ainda que o setor privado tem condições de liderar essa transformação ao direcionar recursos para soluções que conciliem crescimento econômico e regeneração ambiental. Ele observou que o Brasil reúne vantagens competitivas, como sua biodiversidade e matriz energética limpa. “As novas economias não serão construídas sozinhas. Elas dependem de uma rede de colaboração, onde inovação e propósito andam lado a lado”, disse.
Incorporar diversidades
O diretor-executivo do Instituto Escolhas, Sergio Leitão, ressaltou que a transição para novas economias só será bem-sucedida se incorporar a diversidade social e regional do país. Ele alertou para o risco de se criar modelos de desenvolvimento que repitam as desigualdades históricas do Brasil, sem dar protagonismo às comunidades locais. “As novas economias precisam ser, antes de tudo, inclusivas. O futuro não pode ser pensado apenas a partir dos grandes centros”, afirmou.
Leitão observou ainda que políticas públicas e instrumentos financeiros precisam considerar as especificidades territoriais, garantindo que as populações da Amazônia e de outras regiões estratégicas participem das decisões e se beneficiem diretamente das transformações econômicas. “Sustentabilidade e inclusão são partes inseparáveis da mesma equação. Só haverá novas economias se houver também novas formas de convivência e de partilha dos resultados”, concluiu.
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A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias conta com o patrocínio na categoria Master da BHP, Hydro e Vale; na categoria Cota 2, da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e do Governo da Bahia; na categoria cota 3, Itaú, e na Cota 4, Alcoa. Também recebe o apoio da Concertação pela Amazônia, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e Instituto Arapyaú. A Rede Bahia é a media partner da Conferência.
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